O edema macular diabético (EMD) é uma doença ocular grave e a causa mais comum de perda de visão em pessoas com diabetes1. Mais de um terço de todas as pessoas com diabetes desenvolverão um nível de gravidade de edema macular que, sem alterações no estilo de vida da pessoa e um melhor controlo do açúcar no sangue, exigirá tratamento.1
É uma complicação da retinopatia diabética que ocorre quando os vasos sanguíneos danificados perdem fluido (derrame) para dentro da mácula, causando edema (inchaço) nessa zona.2 A mácula é a área da retina responsável pela nitidez da visão necessária para ler e conduzir.2
O EMD é uma das principais causas de cegueira em adultos em idade ativa3 em todo o mundo e, por isso, qualquer pessoa com diabetes deverá ser regularmente vigiada por um médico oftalmologista e manter um estilo de vida saudável. À medida que aumenta a incidência da diabetes, cada vez mais pessoas serão afetadas pelo EMD.4
Embora sofrer de diabetes faça aumentar o risco de doenças oculares, existem outras causas (designadas de fatores de risco) que podem fazer aumentar o risco de EMD, nomeadamente1:
Níveis elevados de açúcar no sangue (glucose)
Tensão arterial elevada
Duração da diabetes – quanto maior a duração da diabetes, maior será a probabilidade de se desenvolver perda de visão devido ao EMD.1 Cerca de 90% das pessoas com diabetes tipo 1 terão algum grau de retinopatia após 10 anos.1 Para pessoas com diabetes tipo 2, a probabilidade de desenvolver algum grau de retinopatia após 10 anos varia entre 67-80%, dependendo da necessidade de tomar insulina.1
Os sintomas poderão não ser perceptíveis durante as fases iniciais da doença. No entanto, à medida que os vasos sanguíneos vão derramando fluido e este se acumula ao longo do tempo na mácula, a visão dos doentes poderá piorar drasticamente.
Uma vez que a mácula é responsável pela acuidade visual e por nos permitir ver os objetos diretamente à nossa frente (algo conhecido como visão central), um inchaço (edema) nesta parte do olho pode afetar a capacidade de ler ou ver rostos de forma clara.
Alguns dos principais sintomas de EMD são:
A visão poderá ficar turva
Os objetos poderão mudar de tamanho
As cores poderão parecer baças ou esbatidas
Poderá tornar-se difícil ver com uma luz brilhante ou ofuscante
Poderá tornar-se difícil ler ou conduzir
Poderão aparecer manchas escuras ou espaços vazios na visão
falhas ou manchas escuras
cores desbotadas
visão turva
distorção das imagens / formas erradas
O EMD pode ser diagnosticado durante uma consulta regular ao oftalmologista ou durante um rastreio oftalmológico, os quais devem ser parte integrante dos cuidados com a diabetes. Para isto, são efectuados diferentes exames, nomeadamente1:
Exame da tabela de visão: A capacidade de ler à distância (também conhecida como acuidade visual) é testada utilizando uma tabela de visão com letras de tamanhos diferentes. Com base nas letras que se é capaz de ler, o médico oftalmologista conseguirá avaliar alterações na visão;
Exame de dilatação do olho: São colocadas gotas de colírio na superfície dos olhos dos doentes. As gotas dilatam as pupilas, o que permite ver mais claramente a parte de trás dos olhos, especialmente a retina.
Se forem detetadas alterações na visão ou na retina, o médico oftalmologista poderá sugerir outros exames. Dois dos exames mais comuns que podem proporcionar uma imagem ainda mais nítida da retina e da gravidade das alterações nos olhos são:
Tomografia de coerência ótica (OCT): O OCT é como uma ecografia, mas utiliza luz, em vez de som, para gerar um mapa das diferentes camadas da retina. Este teste é indolor e ajuda a medir o volume de inchaço na retina causado pelos vasos sanguíneos danificados;
Angiografia com fluoresceína (AF): Durante este exame, é injetado um corante especial na corrente sanguínea. O corante atravessa o corpo e entra no olho, onde ilumina os vasos sanguíneos. Podem, então, ser tiradas fotografias da retina, que mostram se os vasos sanguíneos estão normais ou lesionados.
Os resultados destes exames ajudam o médico oftalmologista a diagnosticar doenças oculares associadas à diabetes e poderão também ajudá-lo a encontrar o tratamento mais adequado.
Depois do diagnóstico de EMD, existem várias opções de tratamento que podem ajudar a interromper ou a reduzir a perda de visão. Mas, em primeiro lugar, é importante melhorar o controlo da diabetes, incluindo as seguintes alterações no estilo de vida dos doentes:
Ter uma alimentação saudável, de forma a manter um peso adequado;
Fazer exercício físico regular;
Cessar os hábitos tabágicos;
Monitorizar os níveis de açúcar no sangue (glicose) para garantir que estejam sob controlo.
Para além destas recomendações, existem tratamentos que envolvem diretamente o olho, como injeções e implantes. Estes procedimentos são praticamente indolores, já que, antes de serem administrados, o olho é anestesiado pelo médico oftalmologista. Alguns exemplos de tratamentos atualmente disponíveis são:
Tratamento com anti-VEGFs: são administrados por injeções intravítreas (injeções oculares), e podem até melhorar a visão, se o EMD foi diagnosticado e tratado atempadamente.
Tratamento com corticóides: Os corticóides podem ser injetados, diretamente ou usando um implante de libertação lenta no olho e podem ajudar a reduzir a inflamação que contribui para os sintomas e agravamento do EMD;
Tratamento com laser: quando o EMD não envolve o centro da mácula é usado um laser para selar os vasos sanguíneos com derrame, o que reduz a acumulação de fluido na região da mácula. Este tratamento visa estabilizar a visão e geralmente não melhora a visão.
O foco da nossa investigação em oftalmologia abrange a Degenerescência Macular relacionada com a idade neovascular (DMIn), o edema macular diabético (EMD), a retinopatia diabética (RD), a atrofia geográfica (AG), bem como outras patologias oculares além da área da retina. Na Roche, acreditamos que explorar, compreender e abordar a biologia subjacente a uma doença específica é um caminho crucial para podermos concretizar soluções para os doentes.
Existe um compromisso real com o desenvolvimento de medicamentos para doenças oculares que causam deficiência e perda visual significativas em doentes do mundo inteiro.
AF - Angiografia com Fluoresceína
AG - Atrofia Geográfica
DMIn - Degenerescência Macular da Idade neovascular
EMD - Edema Macular Diabético
OCT - Tomografia de coerência ótica
RD - Retinopatia Diabética
VEGF - Fator de crescimento endotelial vascular
Referências
Macular Society. Diabetic Macular Oedema (DMO). [Internet; citado em março de 2024]. Disponível em:
National Eye Institute. Facts About Diabetic Eye Disease. [Internet; citado em março de 2024]. Disponível em:
World Health Organization - Blindness and vision impairment. Disponível em:
Yau JWY, Rogers SL, Kawasaki R, et al. Global Prevalence and Major Risk Factors of Diabetic Retinopathy. Diabetes Care. 2012; 35: 556-564.
M-PT-00002711, Set 2024.