Redução de custos para os sistemas de saúde e a sociedade

Os diagnósticos têm um impacto positivo significativo nos sistemas de saúde e nos serviços de cuidados de saúde. Sem acesso a exames precoces, os doentes procurarão cuidados mais tarde nos seus percursos de doença, com resultados potencialmente piores e custos de tratamento mais elevados1.

Informações de diagnóstico precisas ajudam os profissionais de saúde a tratar os seus doentes de forma mais eficaz. Isto pode traduzir-se num funcionamento mais eficiente dos sistemas de saúde, com menos dias de internamento ou consultas externas e numa redução de custos relacionados com tratamentos insuficientes ou excessivos.

As estratégias de cuidados de saúde que se centram no diagnóstico precoce podem proporcionar aos doentes e aos seus cuidadores uma melhor qualidade de vida. Os doentes diagnosticados e tratados precocemente têm uma maior probabilidade de regressar rapidamente ao trabalho – ou de continuar a trabalhar e a viver vidas plenas e ativas. Para os sistemas de saúde, tal pode traduzir-se em resultados de tratamento melhorados e numa redução dos custos indiretos.

Por exemplo, os dados dos exames iniciais podem indicar se um doente tem uma infeção viral ou bacteriana. Diagnósticos precisos também podem ajudar a diminuir a incidência de sépsis e a reduzir a resistência a antibióticos, que podem levar à hospitalização e morte. Em 2019, cerca de 1,27 milhões de mortes foram o resultado direto da resistência aos antibióticos, o que significa que as infeções por bactérias resistentes aos antibióticos mataram mais pessoas do que o VIH/SIDA (864 000 mortes) ou a malária (643 000 mortes).2

O valor das informações de diagnóstico não é normalmente incluído nas estratégias nacionais de saúde e nas avaliações do desempenho dos sistemas de saúde. Uma investigação publicada por uma equipa de universidades e institutos dos EUA, Países Baixos, Itália, Reino Unido, Argentina, Austrália e Nova Zelândia concluiu que os sistemas nacionais se podem tornar mais eficazes se implementarem processos para avaliar o valor que os diagnósticos trazem à sociedade. Isto significa olhar para além da perspetiva tradicional clínica e económica da saúde, para incluir explicitamente os diagnósticos nas políticas de saúde pública e na tomada de decisões.3

Em oncologia, poderosas ferramentas de testes de biomarcadores ajudam a melhorar o foco do tratamento e os resultados de saúde. Não há dois tumores exatamente iguais e os testes de biomarcadores são uma forma de procurar genes, mutações genéticas, proteínas e outras substâncias que fornecem informações detalhadas sobre o tumor. Estes dados podem fornecer informações aos profissionais de saúde para ajudar a identificar as opções de tratamento com uma maior probabilidade de eficácia para cada doente.

Quando Amanda foi informada de que tinha apenas duas semanas de vida após o seu diagnóstico de cancro do pulmão avançado, perguntou a si mesma quem escreveria os bilhetes carinhosos que colocava nas lancheiras das suas filhas. Contudo, os testes de biomarcadores revelaram que ela era elegível para uma terapêutica direcionada. Saiba mais sobre a missão de Amanda de divulgar a importância dos testes de biomarcadores.

Este investimento na inovação pode também levar a uma redução de custos. Um estudo4 de 16 000 doentes com cancro do pulmão em França descobriu que um investimento de 11,5 milhões USD em testes de biomarcadores do recetor do fator de crescimento epidérmico gerou uma poupança de 485 milhões USD em custos de tratamento ao longo de seis anos, ajudando a identificar os doentes que responderiam aos tratamentos direcionados disponíveis.

Um outro estudo nos EUA5 estima que os diagnósticos precoces de cancro permitiram obter uma poupança de 26 mil milhões USD em custos anuais de tratamento durante o período do estudo (2017). Liderado pelo Centro de Biologia Computacional, Duke NUS Medical School e Business School, Singapura, e pela School of Physics, Free University, Tbilisi, os investigadores avaliaram cancros da mama, pulmão, próstata e colorretal e melanoma, que correspondem a mais de 50% dos novos cancros.

No caso das doenças não transmissíveis, a investigação em economia da saúde no Reino Unido, liderada pela University of Sheffield School of Health, concluiu que se podiam ter poupado 85 mil milhões USD se as pessoas com alto risco de doenças cardiovasculares (hipertensão, fibrilação auricular, hiperlipidemia, diabetes, hiperglicemia não diabética e doença renal crónica) fossem diagnosticadas precocemente.6

Referências

  1. https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(21)00673-5/fulltext Accessed 5 July 2022.

  2. https://www.nature.com/articles/d41586-022-00228-x Accessed 5 July 2022.

  3. https://www.karger.com/Article/Pdf/501832 Accessed 5 July 2022

  4. https://www.efpia.eu/media/580518/access-to-personalised-oncology-in-europe.pdf Accessed 5 July

  5. https://www.mdpi.com/2306-5729/2/3/30 Accessed 5 July 2022

  6. https://bmjopen.bmj.com/content/10/9/e037486 Accessed 5 July 2022

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