Estes e outros dados relevantes foram apresentados hoje, dia 8 de setembro,em Lisboa, durante o lançamento do Movimento Saúde em Dia - Não Mascare a Sua Saúde. Esta é uma iniciativa da Ordem dos Médicos e da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), com o apoio da Roche, para sensibilizar a população para a importância de se manterem alerta em relação à sua saúde, não mascarar sintomas e não adiar visitas ao médico perante sinais de alerta de qualquer doença.
Os dados oficiais mostram uma quebra de 36% nas consultas presenciais nos centros de saúde nos primeiros seis meses deste ano.
Nos hospitais do SNS fizeram-se menos 902 mil consultas. As primeiras consultas hospitalares registaram uma quebra de 22% e as consultas subsequentes reduziram 11%.
Nas urgências hospitalares assistiu-se a uma redução de 27% de episódios no primeiro semestre, o que significa menos 839.436 episódios do que em 2019.
Também as cirurgias tiveram uma quebra significativa, com a realização de menos 27% de intervenções. As cirurgias programadas tiveram uma redução de 30% e as urgentes diminuíram 10%.
A Ordem dos Médicos e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) manifestam preocupação com os dados relativos ao número acumulado de doentes que não têm acesso a consultas, cirurgias, exames, internamento ou mesmo urgências.
A propósito do lançamento, hoje, do Movimento Saúde em Dia - Não Mascare a Sua Saúde, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, teme que a situação se possa “agravar nos próximos meses, uma vez que existem doentes sem acesso a consultas desde março, que ainda não começaram a ser tratados e não há um verdadeiro plano de retoma”.
Segundo os dados oficiais, o número de teleconsultas aumentou 40% em 2020.
Contudo, Alexandre Lourenço, presidente da APAH, explica que há que olhar com atenção para as consultas presenciais que não foram realizadas: “os números da telemedicina até podem ser positivos, mas este recurso será sempre complementar e ainda não está consolidado de forma uniforme em Portugal e pode mascarar uma realidade que se pode tornar ainda mais grave num futuro próximo”.
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