Como sociedade, temos percorrido um longo caminho para que a igualdade de género seja uma realidade e várias conquistas têm sido alcançadas ao longo dos últimos séculos e décadas. Mas ainda há muitos obstáculos a ultrapassar.
Na Roche, a igualdade de género integra-se no nosso permanente compromisso pela sustentabilidade. A inclusão de pessoas de várias origens, competências e perspetivas ajuda-nos a contribuir para um futuro de sucesso enquanto sociedade.
Percorreu-se um longo caminho, mas o livro não pode ainda fechar-se. As mulheres continuam a enfrentar desafios nos locais de trabalho, como igualdade salarial ou proporção de mulheres em cargos superiores.
Na Roche em Portugal, as mulheres estão em clara maioria e representam 62% do total de colaboradores. Dos mais de 250 colaboradores, 160 são mulheres e muitas delas estão em cargos de liderança.
A mudança tem de começar por nós e pela nossa própria mentalidade. Temos de acreditar em nós próprias e nas nossas capacidades, a fim de maximizar o nosso potencial. Infelizmente, ao longo da História, as mulheres têm sido rotuladas com certos atributos e qualidades, por muito poderosas que sejam personagens como Marie Curie e Ada Lovelace, tendo pavimentado o caminho. Temos a obrigação de continuar essa viagem, assegurando que os seus esforços não sejam desperdiçados. Também acredito que não devemos fazer isto sozinhas: as mulheres e os homens têm de unir forças e impulsionar esta mudança em conjunto.
Trabalhar na Roche permite-nos concentrar na pessoa certa para o trabalho certo. Procuramos candidatos com competências e capacidades e investimos em ajudar as pessoas a crescer. Para acentuar este tópico, uma das nossas ambições no futuro próximo na Roche está centrada em alcançar a diversidade na liderança que espelhe a nossa força de trabalho. Ter a diversidade como uma ambição significa que lhe é dado um enfoque claro e tratado como uma prioridade na agenda de todos, incluindo os líderes séniores da nossa empresa.
O debate sobre a igualdade de género é, na essência, um debate sobre direitos humanos. É, porventura, um dos grandes desafios que continuaremos a enfrentar nas próximas décadas. Todos os dados internacionais continuam a apontar para grandes desigualdades salariais entre homens e mulheres e para discrepâncias significativas no acesso aos vários tipos de poder ou liderança. Seja no acesso à educação, saúde ou trabalho, o que todos devemos ambicionar e pugnar é um mundo em que as oportunidades dadas às pessoas são independentes do género.
Numa reflexão sobre liderança, acredito que as mulheres lideram, de facto, de modo diferente. Não melhor nem pior do que os homens. Mas de forma diferente. Garantir a diversidade e a abrangência de modos de ser, de estar e de opinar encaminha as organizações e as sociedades num rumo mais justo e mais construtivo. O caminho deve começar em cada uma e em cada um de nós. Precisamos de assumir que podemos, individual e coletivamente, fazer a diferença. E urge ainda um debate interno em cada uma de nós, mulheres, sobre eventuais bloqueios auto-impostos ao longo dos nossos percursos enquanto cidadãs, profissionais, trabalhadoras ou líderes.
Neste Dia Internacional da Mulher gostava de deixar um convite à reflexão. A quem (ainda) não atingiu lugares de liderança profissional ou comunitária, deixo a pergunta: O que as pode ajudar ou impedir a atingir esses lugares?
Creio que um dos principais obstáculos para as mulheres é a autoconfiança. Muitas de nós aprendemos desde tenra idade a "esconder a nossa luz", em vez de nos destacarmos. De certo modo, como se não fosse tão aceitável ser uma mulher de negócios bem sucedida do que um homem de negócios bem sucedido.
Sinto que a Roche tem um ambiente inclusivo e muito favorável ao trabalho flexível, apoiando as mulheres que optam por equilibrar uma carreira e uma família. Adoraria ver mais cargos superiores a tempo parcial preenchidos tanto por mulheres como por homens. À medida que aumentamos o nosso compromisso com formas ágeis de trabalho, vamos numa direcção entusiasmante; com papéis mais agnósticos em termos de localização, vamos criar oportunidades mais flexíveis para as mulheres em todo o mundo.
Apesar de cada vez mais se sentir maior equidade na escolha do melhor perfil para determinada função no nosso país, independentemente do género, a minha verdade faz-me acreditar que existe ainda um caminho a percorrer. Não basta conseguirmos equilibrar a diversidade de género em posições de liderança, dando prioridade às competências e ao histórico, com casos de sucesso comprovados. Há que continuar a trabalhar e lutar para equilibrar os valores salariais de funções homólogas ou equivalentes, entre homens e mulheres, quer seja no sector público ou privado. Os desafios que nós, mulheres, esposas, companheiras, mães, filhas e potenciais líderes de uma organização enfrentamos são os mesmos há décadas: disponibilidade, maternidade e receptividade para desafios que exijam alguma ausência, dentro ou fora do país. Mas este é um paradigma que está a mudar, e está a mudar no sentido certo, embora seja exigido ainda um esforço maior na mulher para conquistar posições de destaque no meio empresarial. Podia-se portanto sentir maior aceleração, é certo, mas temos o peso de 50 anos de ditadura que teima em não facilitar a agilidade numa mudança transformacional, fruto de uma cultura conservadora deveras enraizada, por um lado, mas por outro devemos também girar o dedo para nós próprias e agir. A mudança não pode ser apenas imputada aos outros. Deve começar em nós. Se eu nada fizer, nada acontece.
Trabalhar na Roche, independentemente de se ser mulher ou homem, é simplesmente um privilégio, um orgulho e uma satisfação, onde as oportunidades existem, são idóneas e dependem dos impactos positivos que provamos conseguir criar na organização, nas nossas pessoas e principalmente nos pacientes que servimos.
A liderança feminina nas organizações, globalmente e em Portugal, tem vindo a aumentar consideravelmente nos últimos anos. No entanto, é um processo lento, gradual, os desafios à progressão da carreira da mulher continuam e em alguns países até se verificam alguns retrocessos. É necessário reconhecer o trabalho das mulheres em diversas áreas, particularmente em áreas "não tradicionalmente" femininas. Ao nível global destacaria como principais obstáculos, que justificam um menor número de mulheres em posições de chefia, os aspectos sociais, expetativas mais baixas para as mulheres; o nível de educação / formação; a dificuldade em equilibrar os diferentes papéis / responsabilidades que a mulher exerce (pessoal, familiar e profissional). Em Portugal, o nível de formação das mulheres tem vindo a aumentar e em algumas áreas é bem mais elevado do que nos homens. No entanto, ainda temos muitos preconceitos sociais; é difícil o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, diferentes responsabilidades e preocupações provocam uma grande pressão que impede as mulheres "de se chegarem à frente". Para as mulheres, assumirem um papel de liderança significa estarem totalmente preparadas, terem formação, terem a sua vida pessoal equilibrada, terem apoio, verem-se como líderes. As Mulheres não podem ser tão exigentes com elas próprias.
Na Roche as oportunidades surgem de igual modo para as mulheres e para os homens. Quando temos uma oportunidade, procuramos a pessoa que melhor irá contribuir para as expetativas da empresa. Procuramos líderes autênticos, respeitosos, que estejam atentos ao bem-estar das suas equipas, inovadores, criativos. Muitas destas competências são qualidades que as mulheres demonstram com frequência.
O dia 8 de março celebra as conquistas, ainda em curso, de mulheres oriundas de variados contextos étnicos, culturais, socioeconómicos e políticos.
É um dia de reflexão sobre o progresso ao nível dos Direitos Humanos, honrando a coragem de muitas mulheres que contribuíram e continuam a construir a História e sociedades mais justas.