Em 2020 houve menos 11,4 milhões de contactos presenciais médicos e de enfermagem nos centros de saúde do que em 2019, segundo dados do
Nos cuidados de saúde primários, a redução de consultas médicas presenciais foi de 38%, enquanto nos contactos presenciais de enfermagem a quebra foi de 18%. Já os contactos médicos não presenciais duplicaram de 2019 para 2020, passando de 9,1 milhões para 18,5 milhões
A análise feita pela consultora MOAI para o Movimento Saúde em Dia permite perceber que no ano passado houve, em termos absolutos, menos 7,8 milhões de consultas médicas presenciais nos centros de saúde e uma diminuição de 3,6 milhões nos contactos presenciais de enfermagem.
A quebra acentuada de cuidados médicos presenciais sentiu-se também a nível hospitalar, com menos 3,4 milhões de contactos em 2020, entre consultas, cirurgias e urgências.
Os episódios de urgência reduziram-se 31%, as consultas externas tiveram uma diminuição de 11% e as cirurgias de 18%.
O panorama mantém-se na análise aos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, onde os dados só estão disponíveis até final de novembro de 2020. Ainda assim, globalmente, foram realizados em 2020 menos um quarto dos exames e análises. A redução em números absolutos de meios complementares é impressionante: menos 25 milhões de atos realizados. Só na Medicina Física e de Reabilitação, foram feitos menos 12,4 milhões de atos do que em 2019.
A realização de rastreios a doenças oncológicas foi também claramente afetada. Em 2020, temos 169 mil mulheres com rastreio ao cancro da mama por realizar; 140 mil mulheres com o rastreio ao cancro do colo do útero por realizer e 125 mil portugueses sem rastreio ao cancro do cólon e reto.
A análise destes dados foi feita pela MOAI Consulting para o Movimento Saúde em Dia, através de dados recolhidos no Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), comparando todos os doze meses de 2020 com os de 2019.
O Movimento Saúde em Dia tinha já apresentado dados dos primeiros dez meses do ano passado.
Com os dados de todo o ano de 2020 fechados, permanece evidente a redução acentuada da atividade assistencial no SNS.
O Movimento Saúde em Dia foi criado pela Ordem dos Médicos e pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, em parceria com a Roche. Este Movimento pretende alertar para a importância de olhar para o conjunto de todas as doenças, além da Covid-19, não descurando os cuidados de saúde necessários.